quarta-feira

A última nota do bandoneón

Despedaço-te.

O bandoneón soa sua derradeira nota branda na última toada de toda uma estação. Um corpo em sonho dispersa cada nota no pesar de versos soltos.

Exala. Desconstrói sinestesias imersas em tua própria loucura. Entorpece. Sente cada poro.

Arranha. Expira essa lassidão masculina que te consome. Risca o salto de teu sapato ao chão. Encara. Não há estação que não retorne um dia. Contrai teu abdome e sorri.

Teu vermelho enfim se confunde ao batom de teu amante. Borrado.

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